Bluesky busca assinaturas em vez de anúncios, diz o CEO Jay Graber.
June 02, 2025

No Web Summit em Vancouver, o CEO da Bluesky, Jay Graber, apresentou a visão da rede social para um crescimento sustentável—sem recorrer a anúncios intrusivos. Em vez disso, a Bluesky está priorizando assinaturas, escolha do usuário e infraestrutura de código aberto para manter a confiança e a flexibilidade em sua comunidade.
Monetização Sem Interferir no Feed
Graber confirmou que a Bluesky pretende oferecer assinaturas pagas, provavelmente a $8/mês, desbloqueando recursos adicionais para os usuários. Embora tenha reconhecido que a publicidade é um caminho padrão nas mídias sociais, a Bluesky hesita em depender dela de maneiras que comprometam a experiência do usuário.
“Sabemos que os anúncios se infiltram em toda economia de atenção a longo prazo,” disse Graber. “Mas não queremos encher seu feed de anúncios.”
A arquitetura única da Bluesky, construída sobre o Protocolo AT, permite que os usuários criem e selecionem seus próprios feeds algorítmicos. Esse design torna difícil para a Bluesky adotar modelos de receita centralizados e cheios de anúncios, como o X (anteriormente Twitter), onde um único feed domina tanto o engajamento quanto os dólares de anúncios.
Uma Plataforma Flexível e Orientada pela Comunidade
Graber enfatizou a ética do “direito de reparar” da Bluesky: se a Bluesky não atender às necessidades dos usuários, desenvolvedores e usuários podem bifurcar o sistema e criar novas experiências. Essa abertura permite criatividade e descentralização em toda a plataforma—valores fundamentais que a Bluesky busca proteger.
A equipe também rejeitou a ideia de permitir que plataformas de IA treinem com conteúdo gerado pelo usuário, um movimento que a diferencia de seus concorrentes. “Nós não treinamos IA generativa com posts de usuários, porque não somos uma empresa de IA,” disse Graber. No entanto, ela reconheceu que, com uma equipe enxuta de 25 funcionários, a Bluesky ainda depende de IA para auxiliar na moderação de conteúdo.
Deixando os Usuários Controlarem Sua Experiência
Com mais de 36 milhões de usuários da Bluesky, a Bluesky apoia feeds curados pelos usuários, dando às pessoas controle total sobre suas linhas do tempo. “Você pode escolher que tipo de linha do tempo deseja,” disse Graber. Ela destacou aplicativos como o Skylight, que aproveita o suporte a vídeos verticais da Bluesky como uma alternativa semelhante ao TikTok—uma que é livre de anúncios e focada na privacidade. O investidor Mark Cuban já apoiou o Skylight com financiamento de estágio inicial.
Reações Mistas de Empresas e Eventos
Enquanto a Bluesky está conquistando usuários, as empresas têm se mostrado mais hesitantes em se comprometer. A Adobe se juntou à plataforma em abril, mas parou de postar após a reação negativa em relação a seus modelos de assinatura e uso de IA. Até mesmo o próprio Web Summit não havia postado nada em oito meses—até o início da conferência, o que levou a compartilhar um clipe do discurso de Graber.
A resposta do público na conferência indicou um entusiasmo crescente. Quando perguntados sobre quais plataformas usam, poucos participantes levantaram as mãos para X ou Threads, mas a Bluesky recebeu aplausos.
Modelo de Negócio Futuro da Bluesky
O modelo da Bluesky ainda está tomando forma, mas está claro que a empresa pretende gerar receita sem transformar a plataforma em um ecossistema dependente de anúncios. Com assinaturas no horizonte e foco contínuo em experiências abertas e personalizáveis, a Bluesky está se posicionando como uma alternativa centrada em criadores e usuários no cenário das redes sociais.
Fonte: pcmag.com