Marcas Farmacêuticas Observam Oportunidade de Crescimento Bluesky

Com o crescimento do Bluesky continuando após as eleições de 2024, grandes empresas farmacêuticas estão criando contas - mas optando por observar em vez de se engajar.

Bluesky, a rede social descentralizada frequentemente posicionada como o sucessor espiritual do Twitter, está rapidamente se tornando um lugar de interesse para os profissionais de marketing - incluindo aqueles da indústria farmacêutica. Com mais de 33 milhões de usuários agora a bordo, a plataforma não é mais um experimento nichado, mas um jogador de pleno direito no espaço social.

Gigantes farmacêuticos como Novartis, Bristol Myers Squibb e AstraZeneca já possuem contas verificadas no Bluesky. Mas, apesar de sua presença, essas contas permanecem inativas - sem posts, sem reações, sem campanhas (ainda).

Então, o que está os impedindo?

O crescimento rápido do Bluesky foi alimentado em parte pela insatisfação com outras plataformas. O X (anteriormente Twitter) continua a perder credibilidade e confiança dos usuários, a influência do Facebook está diminuindo e o TikTok enfrenta pressões regulatórias. Enquanto isso, a natureza descentralizada e o ambiente livre de anúncios do Bluesky oferecem uma nova página.

Mais importante ainda, jornalistas e formadores de opinião - que antes eram a espinha dorsal do Twitter - estão mostrando níveis de engajamento mais altos no Bluesky do que no X, dando à plataforma um tom cada vez mais influente.

Embora o Bluesky ainda não suporte publicidade paga, isso pode mudar. E se isso acontecer, os profissionais de marketing - especialmente da indústria farmacêutica - devem estar prontos para agir.

Amy Steele, responsável pela estratégia digital no Studio 44 e Precision AQ, observa que com mínima concorrência, as marcas podem conquistar uma posição dominante desde o início. Mesmo sem anúncios, há uma vantagem em estar ativo agora: menos distrações, mais visibilidade.

“As empresas farmacêuticas poderiam facilmente liderar,” explicou Steele, “porque quase ninguém mais está lá ainda.”

Os profissionais de marketing alertam que a mensagem tradicional da indústria farmacêutica não funcionará aqui. Os anúncios excessivamente polidos e pesados em conformidade que dominam a TV e outras plataformas digitais podem parecer fora de sintonia no Bluesky.

Em vez disso, a autenticidade é fundamental.

“Pense mais em TikTok do que em televisão,” acrescentou Steele. “Se você não está criando conteúdo com o qual as pessoas realmente queiram interagir, você está perdendo o ponto.”

Por enquanto, as marcas que estão testando as águas estão se inclinando para conteúdos não identificados, impulsionados pela comunidade. Isso significa participar de conversas, oferecer valor e aparecer de maneiras que apoiem - em vez de interromper - a experiência do usuário.

Helen Hoye do AbelsonTaylor Group enfatizou que conteúdo orgânico focado na relevância da comunidade é provavelmente o mais eficaz nos primeiros dias de construção de marca no Bluesky.

E até mesmo marcas de venda livre (OTC) com mais liberdade devem avançar com cautela. Como Adam Daley da CG Life coloca, publicidade direta não terá espaço aqui. Em vez disso, ele sugere que marcas farmacêuticas explorem conteúdo orgânico e até mesmo estratégias de busca paga fora da plataforma.

Uma razão importante pela qual as marcas estão lentas para se engajar? A natureza descentralizada do Bluesky torna a moderação mais complexa. A plataforma quadruplicou sua equipe de moderadores no ano passado para abordar preocupações sobre a segurança do conteúdo - mas alguns especialistas dizem que isso ainda não é suficiente para a indústria farmacêutica.

Danielle Rowen da Substance Global alerta que sem políticas claras de moderação de conteúdo e combate à desinformação, o Bluesky não satisfará as equipes jurídicas. “Ainda parece experimental,” disse ela. “A indústria farmacêutica não pode correr esse risco - não ainda.”

Uma grande mudança poderia acontecer se profissionais de saúde (HCPs) começarem a usar o Bluesky em massa. Neste momento, o espaço ainda carece da densidade crítica que tornaria isso um verdadeiro substituto para comunidades como o #MedTwitter.

Daley aponta que grupos como a American Cancer Society demonstraram interesse, mas ainda não é o suficiente para uma mudança ampla na indústria.

Para marcas farmacêuticas de olho no Bluesky, a melhor estratégia pode ser entrar com cautela.

Poste algumas atualizações. Compartilhe conteúdo educacional não identificado. Monitore o engajamento. Veja se seu público aparece.

“Trate isso como um teste beta,” disse Daley. “Não se comprometa demais, mas não ignore também.”